REPRESENTAÇÕES DOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA: UM ESTUDO DE CASO REVISITADO
Palavras-chave:
Representações sociais, Processos de ensino-aprendizagem, Língua inglesa, Metodologias de ensino, Estudo de caso revisitadoResumo
Este artigo analisa as representações sociais de alunos ingressantes de Letras sobre o ensino-aprendizagem de inglês, focando nos papéis de professor e aluno. Embora baseado em pesquisa de 2005, a publicação justifica-se pela relevância contínua do tema. Mesmo após transformações pedagógicas, como a Base Nacional Comum Curricular (2017) e as tecnologias digitais, as percepções tradicionais persistem. A pesquisa fundamenta-se em Moscovici (1984) e Jodelet (1989) sobre representações sociais, e em Vygotsky (1978) e Piaget (1964) sobre desenvolvimento cognitivo. A análise, realizada em uma instituição do interior de São Paulo, utilizou repertórios interpretativos de Potter e Wetherell (1987) para examinar as narrativas construídas pelos alunos sobre o processo de ensino-aprendizagem. Os resultados indicaram práticas centradas na memorização de estruturas gramaticais, distantes das abordagens comunicativas defendidas por Nunan (1999) e Brown (2007). Identificou-se também uma hierarquia entre professor e aluno que limita a autonomia discente e a adoção de práticas mais interativas. A persistência dessas representações e minha experiência contínua em sala de aula reforçam a necessidade de uma reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas de ensino de inglês. Propõe-se uma reavaliação das metodologias, considerando as demandas comunicativas do século XXI, integrando a Base Nacional Comum Curricular e metodologias ativas.
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