A POLÍTICA DE EXAMES E A FORMATAÇÃO DAS SALAS DE AULA: O CASO DE UM MATERIAL DIGITAL DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Palavras-chave:
Ensino de línguas, materiais didáticos digitais, avaliação externa, neoliberalismoResumo
Este artigo objetiva analisar as implicações do uso de aulas prontas no formato Powerpoint, para o Componente Curricular Língua Inglesa, em uma escola pública estadual do interior paulista. Analisou-se uma experiência vivenciada no contexto de estágio supervisionado curricular de língua inglesa, em um curso de Letras, numa Universidade Federal. Trata-se de materiais digitais elaborados pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, atrelados à Prova Paulista, avaliação externa cujos usos incluirão a aprovação de estudantes em instituições de ensino superior. Para isso, será feito um breve panorama histórico do ensino de línguas no Brasil, desde a colonização até os dias atuais, e será traçado um paralelo entre o neoliberalismo e a política de exames que impõe a aplicação de avaliações externas. Em seguida, a partir das contribuições teóricas da área de desenvolvimento de materiais de ensino de línguas (Tomlinson, 2011; Leffa, 2007), será analisada parte de um material digital de ensino de inglês como língua franca. As análises objetivam evidenciar como a implementação desses materiais digitais afetam tanto professores, que têm sua autonomia cerceada, quanto alunos da rede pública, submetidos à lógica neoliberal de consumo de informações e treinamento para a obtenção de bons resultados nas avaliações externas.
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