TECNOLOGIA DIGITAL E AUTONOMIA NA APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO LÍNGUA ADICIONAL: O PAPEL DO ACONSELHAMENTO LINGUAGEIRO

Authors

Keywords:

Brazilian Sign Language, Language Learning Advising, Complexity Theory, Autonomy, Technology

Abstract

The teaching of Brazilian Sign Language has gained greater visibility, alongside the growing availability of digital technological resources for language learning. In this context, the importance of guiding learners toward autonomous use of these tools becomes evident. This article presents the language learning advisor as an emerging agent in this process, whose role is to foster autonomy in learning Libras as an additional language. Grounded in complexity theory, which views teaching and learning as complex adaptive systems, the study draws on a model of complex thinking (Larsen-Freeman & Cameron, 2008) to analyze the experience of language advising in a training course for sign language interpreters. Reflections were based on practice records, highlighting the importance of individualized support for learners to develop personal strategies, make more effective use of digital technology, and progress toward autonomy. The results suggest that the language learning advisor can act as a mediator between technological resources and learners’ specific needs, contributing to a more meaningful and personalized learning process.

Author Biographies

Anderson Marques, Universidade Federal de São Carlos

É mestre em andamento no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na linha de pesquisa de Linguística Aplicada, com foco em ensino e aprendizagem de línguas. Sua pesquisa concentra-se no aconselhamento linguageiro em Libras, fundamentada pela teoria da complexidade. Graduado em Letras Português/Inglês pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2016, atua como Tradutor Intérprete de Libras na UFSCar desde 2015, com experiência consolidada em contextos acadêmicos e educacionais. Seu campo de atuação abrange áreas como tradução, interpretação, ensino de línguas e acessibilidade linguística. 

Elaine Ferreira do Vale Borges, Universidade Federal de São Carlos

Bacharel e Licenciada em Letras (Português/Inglês) pela Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, mestre em Linguística Aplicada pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da UNICAMP, doutora em Educação pela Faculdade de Educação (FE) da USP e pós-doutora em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (POSLIN) da Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Fez estágio doutoral na Universidade de Murcia (Espanha). Trabalhou como teacher assistent (TA) no The Joseph H. Lauder Institute of Managment and International Studies da Universidade da Pennsylvania (EUA). Foi diretora cultural da Associação dos Professores de Língua Inglesa do Estado de São Paulo (APLIESP). Tem experiência na área de Linguística Aplicada e Educação em ensino e aprendizagem/aquisição de línguas adicionais (incluindo Libras como L2) e teoria da complexidade/caos, atuando principalmente nos seguintes temas: abordagens de ensino e pedagogia de línguas adicionais, aquisição de segunda língua e desenvolvimento de professores de línguas adicionais. Foi professora adjunta do Departamento de Estudos da Linguagem (DEEL), do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e do Programa de Pós-Graduação Estudos da Linguagem (PPGEL) na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Nessa intituição, desenvolveu o Projeto de Pesquisa Continuada "Pedagogia Complexa de Línguas Adicionais"; tendo sido Coordenadora da Área de Estágio Supervisionado do Curso de Licenciaturas em Letras, uma das Coordenadoras Pedagógicas do Curso de Línguas Estrangeiras para a Comunidade (CLEC), Coordenadora Institucional do Programa Inglês Sem Fronteiras da SESu/MEC e do Projeto Paraná Fala Inglês da SETI/PR; e, também, Coordenadora do Subprojeto PIBID-Inglês da CAPES. Desde 2022, faz parte do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) da Universidade Federal de São Carlo (UFSCar), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado na linha de Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras com foco na Teoria da Complexidade/Caos. No PPGL/UFSCar, atua como presidente da Comissão de Acompanhamento da Oferta Curricular e como membro da Comissão de Autoavaliação (biênio 2023-2025); desenvolve pesquisa continuada intitulada "O sistema ensino de línguas: a gênese de um fenômeno adaptativo complexo" e é pesquisadora do grupo GeSER na linha de Educação Linguística. É líder do Grupo de Pesquisa "Linguagem e Complexidade" (http://grupolinc.blogspot.com.br).

References

ALBRES, N. A.. Ensino de Libras como segunda língua e as formas de registrar uma língua visuo-gestual: problematizando a questão. Revel, v. 10, n. 19, 2012. Disponível em: http://www.revel.inf.br. Acesso em: 1 dez. 2024.

ANKI. Anki: Powerful, intelligent flashcards. [Sítio eletrônico]. Disponível em: https://apps.ankiweb.net/. Acesso em: 10 abr. 2025.

BENSON, P. Teaching and researching autonomy in foreign languages learning. Harlow, England: Pearson, 2001.

BENSON, P. Language learning beyond the classroom: Access all areas. Studies in Self-Access Learning Journal, v. 8, n. 2, p. 135-146, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.37237/080206. Acesso em: 23 mar. 2025.

BIBLEPROJECT PORTUGUÊS. BibleProject Português. [YouTube]. Disponível em: https://www.youtube.com/c/BibleProjectPortugu%C3%AAs. Acesso em: 10 abr. 2025.

BORGES, E. F. V; PAIVA, V. L. M. O. Por uma abordagem complexa de ensino de língua. Linguagem & Ensino, v. 14, n. 2, p. 337-356, 2011.

BORGES, E. F. V; SILVA, W. M.. Entrelaçamento de temas na compreensão de sistemas caóticos. In: SILVA, Walkyria Magno e; BORGES, E. F. V (Org.). Complexidade em ambientes de ensino e de aprendizagem de línguas adicionais. Curitiba: CRV, 2016. p. 19-30.

BORGES, E. F. V; RABELO, J. A. A.. A emergência de comportamentos autônomos no aconselhamento linguageiro: um estudo segundo a teoria da complexidade. In: SILVA, Walkyria Magno e; BORGES, E. F. V (Org.). Complexidade em ambientes de ensino e de aprendizagem de línguas adicionais. Curitiba: CRV, 2016. p. 159-178.

BORGES, E. F. V.; SILVA, W. M. E. The emergence of the additional language teacher/adviser under the complexity paradigm. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, v. 35, p. e2019350308, 22 jul. 2019.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002, Seção 1, n. 79, p. 23.

BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 20 dez. 2024.

CAMPOS, M. L. I. L. O processo de ensino-aprendizagem de Libras por meio do Moodle da UAB-UFSCar. 2015. 206 p. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2015.

DÖRNYEI, Z ; USHIODA, E. Teaching and researching motivation. Harlow: Longman, 2011.

FOLLONI, A. Introdução à Teoria da Complexidade. Curitiba: Juruá Editora, 2016.

GESSER, A. O ouvinte e a surdez: sobre ensinar e aprender a Libras. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

LACERDA, C. B. F. Tradutores e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais: formação e atuação nos espaços educacionais inclusivos. Cadernos de Educação (UFPel), v. 36, p. 133-153, 2010.

LACERDA, C. B. F.; CAPORALI, S. A.; LODI, A. C. Questões preliminares sobre o ensino de língua de sinais a ouvintes: reflexões sobre a prática. São Paulo: Distúrbios da Comunicação, p. 53-63, 2004. Disponível em: . Acesso em: 01 dez. 2024.

LARSEN-FREEMAN, D.; CAMERON, L. Complex Systems and Applied Linguistics. Oxford: Oxford University Press, 2008.

LARSEN-FREEMAN, D. A complexity theory approach to second language development/ acquisition. In: ATKINSON, D. Alternative approaches to second language acquisition. Routledge: Taylor & Francis Group, 2011, p. 48-72.

LEBEDEFF, T. B. Vídeos como objetos de aprendizagem para o ensino de línguas: uma discussão na perspectiva de aprendiz de Língua de Sinais Britânica. Veredas Online – Revista de Estudos Linguísticos - As Tecnologias Digitais no Ensino e Aprendizagem de Línguas, v. 21, n. 1, p. 129-143, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/veredas/article/view/27984. Acesso em: 03 dez. 2024.

LEFFA, V. J. ReVEL na Escola: Ensinando a língua como um sistema adaptativo complexo. ReVEL, v. 14, n. 27, 2016 [www.revel.inf.br].

LIBRARIA NEWS. Libraria News. [YouTube]. Disponível em: https://www.youtube.com/@LibrariaNews. Acesso em: 10 abr. 2025.

MAGNO e SILVA, W., & CASTRO, E. (2018). Becoming a language learning advisor: Insights from a training program in Brazil. Studies in Self-Access Learning Journal, 9(4), 415-424. disponível em https://doi.org/10.37237/090402 acesado em 13/03/2025

MARTINS, V. R. O.; NASCIMENTO, V. Da formação comunitária à formação universitária (e vice-versa): novo perfil dos tradutores e intérpretes de língua de sinais no contexto brasileiro. Cadernos de Tradução, v. 35, n. 2, p. 78-112, 2015.

MATOS, M. C. V. S. E. Contribuições do paradigma da complexidade no desenvolvimento de estratégias motivacionais empregadas no aconselhamento linguageiro. [S.l.]: Universidade Federal do Pará, 27 fev. 2019.

MATOS, M. C. V. S. e; NIWA, S. L.; SILVA, B. C. Caminhos para a formação de conselheiro linguageiro sob o viés da complexidade. In: PARREIRAS, Vicente Aguimar (org.). Complexidade em Linguística Aplicada. Goiânia: Instituto Dering Educacional, 2024. p. 13-26.

MENEZES, V. Tecnologias digitais no ensino de línguas: passado, presente e futuro. Revista da ABRALIN, [S. l.], v. 18, n. 1, 2019. DOI: 10.25189/rabralin.v18i1.1323. Disponível em: https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1323. Acesso em: 21 jan. 2025.

MORAES, M. C. Transdisciplinaridade, criatividade e educação: fundamentos ontológicos e epistemológicos. Campinas - SP: Papirus Editora, 2018.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2006.

MORIN, E. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. São Paulo: Cortez, 2018.

MOZZON-McPHERSON, M. Language Learning Advising and Advisers: Establishing the Profile of an Emerging Profession. Actes de la IX Trobada de Centres d’Autoaprenentatge. Generalitat de Catalunya, 2003. p. 179-196. Col·lecció COM/Materials didàctics 9. Disponível em: [http://llengua.gencat.cat/permalink/50a3ea09-5386-11e4-8f3f-000c29cdf219](http://llengua.gencat.cat/permalink/50a3ea09-5386-11e4-8f3f-000c29cdf219). Acesso em: 11 mar. 2025.

MOZZON-McPHERSON, M; TASSINARI, M. G. From Language Teachers to Language Learning Advisors: A Journey Map. PH, v. 34, n. 34, p. 121–139, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.12795/PH.2020.V34.I01.07. Acesso em: 11 mar. 2025.

MYNARD, J. A suggested Model for advising in Language Learning. In: MYNARD, J.; CARSON, L. Advising in Language Learning: dialogue, tools and contexto. Harlow: Pearson, 2012, p. 26-37.

PAIVA, V. L. M. O. Linguagem e aquisição de segunda língua na perspectiva dos sistemas complexos. In: BURGO, V. H.; FERREIRA, E. F.; STORTO, L. J. Análise de textos falados e escritos: aplicando teorias. Curitiba: Editora CRV, 2011. p. 71-86.

PIZZIO, A. L.; QUADROS, R. M. Aquisição da língua de sinais. Texto base do Curso de Letras Libras na modalidade de EaD. CCE, UFSC. Florianópolis, 2011.

PUHL, J.; BORGES, E. F. V.; SILVA, R. C. Abordagem ecológica e emergência de classificadores na Libras. Calidoscópio, v. 16, n. 1, p. 87–102, 4 maio 2018.

SILVA, L. Aquisição de segunda língua: o estado da arte da Libras. Alfa: Revista de Linguística (UNESP. Impresso), v. 64, p. 1-29, 2020.

SILVA, L.; BENTO, J. S. SAELL: uma ferramenta de apoio aos estudos de Libras como L2 e um objeto de aprendizagem PROFESSORES. THE ESPECIALIST (PUCSP), v. 43, p. 140-157, 2022.

SILVA, L.; STUMPFT, M. R. Fluência e acurácia em ouvintes usuários de Libras como segunda língua: autoavaliação de acadêmicos do Letras Libras. Revista Leitura, v. 1, p. 252-285, 2017.

SILVA, W. M. E. Conselheiros linguageiros como potenciais perturbadores de suas próprias trajetórias no sistema de aprendizagem. In: SILVA, Walkyria Magno e; BORGES, Elaine Ferreira do Vale (org.). Complexidade em ambientes de ensino e de aprendizagem de línguas adicionais. Curitiba: CRV, 2016. p. 199-220.

SILVA, W. M. E.; DANTAS L.; MATOS M. C. V. S.; MARTINS, M. F. Aconselhamento linguageiro no processo de aprendizagem de inglês. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 52, p. 53–72, jun. 2013.

SILVA, W. M. E.; SANTOS, E. M. dos. Promovendo a autonomia e a motivação: o papel do conselheiro linguageiro. Revista Horizontes de Linguística Aplicada, v. 13, n. 1, 2014.

TORRES, R. C. Ensino de Libras para ouvintes: Design Educacional de Ambiente de Aprendizagem Dialógico (AVA). 2022. 228p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, UFSCar, 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Datilologia – Vocabulário Básico em Libras. [Sítio eletrônico]. Disponível em: https://saell.ufpr.br/vocabulario-basico/datilologia/. Acesso em: 10 abr. 2025.

Published

2025-06-30

How to Cite

Marques, A., & Borges, E. F. do V. . (2025). TECNOLOGIA DIGITAL E AUTONOMIA NA APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO LÍNGUA ADICIONAL: O PAPEL DO ACONSELHAMENTO LINGUAGEIRO. evista BTecLE, 9(1), 314–334. etrieved from https://revista.cbtecle.com.br/index.php/CBTecLE/article/view/1239