TECNOLOGIA DIGITAL E AUTONOMIA NA APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO LÍNGUA ADICIONAL: O PAPEL DO ACONSELHAMENTO LINGUAGEIRO
Palabras clave:
Libras, Aconselhamento Linguageiro, Teoria da Complexidade, Autonomia, TecnologiaResumen
O ensino de Libras tem ganhado maior visibilidade, assim como crescem os recursos tecnológicos digitais voltados à aprendizagem de línguas. Nesse cenário, destaca-se a importância de orientar os aprendentes para o uso autônomo dessas ferramentas. Este artigo apresenta o conselheiro linguageiro como um agente emergente nesse processo, cuja atuação visa promover a autonomia na aprendizagem da Libras como língua adicional. A pesquisa é fundamentada na teoria da complexidade, que entende o ensino e a aprendizagem como sistemas adaptativos complexos. A partir de uma modelagem de pensamento complexo (Larsen-Freeman; Cameron, 2008), analisou-se a experiência de aconselhamento linguageiro em um curso de formação em tradução e interpretação em Libras. As reflexões foram construídas com base em registros da prática, evidenciando a importância de um acompanhamento individualizado para que os aprendentes desenvolvam estratégias próprias, façam uso mais eficaz da tecnologia digital e avancem rumo à autonomia. Os resultados indicam que o conselheiro linguageiro pode atuar como mediador entre recursos tecnológicos e as necessidades específicas dos aprendentes, contribuindo para um processo mais significativo e personalizado.
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