AVALIAÇÃO EM MOVIMENTO: DO DESEMPENHO DO ALUNO À REFLEXÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Palavras-chave:
Avaliação, Exame de Proficiência, Ensino ReflexivoResumo
Uma das maneiras que as empresas utilizam para verificar o conhecimento da língua inglesa de seus funcionários ou de candidatos em seu processo de seleção é através dos exames de proficiência. Acompanhando essa tendência, o corpo docente da Faculdade de Tecnologia Jéssen Vidal de São José dos Campos (FATEC) elaborou um teste, Exame de Verificação de Aprendizagem (EVA), composto por questões de reading e listening, cujo conteúdo é baseado no livro adotado. Além de verificar como os alunos estão aprendendo o conteúdo, objetiva-se também prepará-los para realizar testes de proficiência. O resultado tem sido utilizado como feedback para os docentes e discentes. Sendo assim, o objetivo deste artigo é descrever um processo de avaliação, inicialmente, de caráter classificatório que, no decorrer do tempo, adquiriu caráter formativo devido à necessidade de se criar um instrumento subsidiário significativo da prática educativa. Para fundamentar a realização deste estudo, utilizamos os conceitos de avaliação propostos por Luckesi (2002; 2004), Fernandes (2009), Vygotsky (1999) e Méndez (2002), e pensamentos de Perrenoud (2002) sobre a prática reflexiva do professor. Para a pesquisa, caracterizada como estudo de caso, fizemos um recorte e, metodologicamente, apresentamos o resultado de questões do exame aplicado ao curso de Gestão de Produção Industrial nos segundo e quarto semestres. O exame é composto de 80 questões, divididas em listening, subdividas em quatro seções com nível de dificuldade crescente, e reading, que segue o mesmo padrão. Analisamos duas questões em cada subdivisão, utilizando como critério de seleção aquelas que apresentam o maior número de erros e acertos. Os resultados indicam que os acertos são decorrentes de domínio lexical e de situações de listening exploradas em sala de aula. Os erros foram mais presentes em questões que necessitavam de inferência por parte do aluno. Essa análise nos fornece subsídios para reflexão sobre nossa prática docente e sua transformação.
Referências
ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002.
AZEVEDO, Lise V. V. As concepções e estratégias de professores de língua inglesa para o desenvolvimento do senso crítico dos alunos. Dissertação de Mestrado. Taubaté: UNITAU, 2003.
BACHMAN, Lyle F. Fundamental considerations in Language Testing. Oxford Applied Linguistics. Oxford: Oxford University Press, 1990.
BLOMMAERT, J. & BACKUS, Ad. Repertoires revisited: ‘Knowing language’ in Superdiversity. Working Papers in Urban Language & Literacies. Paper 67. London: Tilburg University and king’s College, 2011. Disponível em: www.kcl.ac.uk/ldc. Acesso em 12 de novembro de 2016.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativos, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2007.
________ . Qualitative inquiry and research design: Choosing among five approaches. (3rd ed.) Thousand Oaks, CA: Sage, 2013.
DEWEY, John. Como pensamos. 3ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.
FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
KRAEMER, Maria Elizabeth Pereira. Avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP. v. 10, n. 2 (2005). Classificação "Qualis - A1". ISSN: 1414-4077. ISSN Eletrônico: 1982-5765.
LUCKESI, C. C. Considerações gerais sobre a avaliação no cotidiano escolar. Entrevista concedida à Aprender a Fazer, publicada em IP – Impressão Pedagógica, Editora Gráfica Expoente. Curitiba, PR, nº 36, p. 4-6, 2004.
_________ . Avaliação da aprendizagem escolar. 13º ed. São Paulo: Cortez, 2002.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens-entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
_________ . A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2002.
VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e Linguagem. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
________ . A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.